A água que vai pelo ralo de pias do banheiro, chuveiro e também da lavadora de roupas pode ser reutilizadas. Após filtragem e tratamento, as chamadas "águas cinzas" são boa opção para limpeza de pátios, garagem e irrigação de plantas. Entretanto, ela não é potável.
Um sistema pronto para operação custa entre R$ 80 mil a R$ 130 mil, e normalmente já é projetado durante a construção de prédios, hotéis e centros comerciais por causa das instalações hidráulicas e espaço para a estação de tratamento necessários, segundo empresas especializadas da Grande São Paulo consultadas pelo G1.
O custo é alto por causa dos equipamentos, como filtros e bombas, além de produtos químicos para tratamento, segundo engenheiros do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). No entanto, a fonte de água é contínua e o investimento acaba diluído na redução da conta. Isso porque sempre haverá algo para ser reutilizado, diferente da captação da chuva, que depende das condições meteorológicas.
Um condomínio residencial na região central de São Paulo, por exemplo, baixou de R$ 30 mil para R$ 7 mil a conta da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) depois que começou a tratar a água do chuveiro e lavatórios e fazer o reuso nas caixas acopladas de descarga dos apartamentos e na limpeza do condomínio.
Tratamento e reuso
As tubulações já são separadas das do esgoto e lançam a água de reuso para caixas d’água, no subterrâneo na maior parte das vezes. Por decantação, parte da sujeira se deposita no fundo e o resto da água vai para outro tanque, onde será misturado cal ou substância similar para elevar o pH e potencializar a reação com outros produtos na estação de tratamento, semelhante a um contêiner.
Após esse processo, a água ainda passa por filtros de areia e carvão ativo para tirar o cheiro e outras impurezas. Depois, ela é armazenada em reservatórios e passa por mais um processo de desinfecção para eliminar a presença de micro-organismos. Com esse tratamento, a água retorna para os apartamentos, onde será reutilizada nas bacias sanitárias e só então descartada na rede de esgoto.
O Brasil não possui normas técnicas para sistemas de reuso de "águas cinzas", mas todo o projeto deve ser elaborado por um arquiteto e engenheiro, e depois acompanhado por algum profissional com conhecimentos de química para indicar os produtos certos e garantir que a limpeza da água, de acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Isabela Leite
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